FAÇA A DIFERENCIA

25-07-2012 00:00

 

VALOR DE ATITUDE
Parece que o homem não foi muito bem equipado pela natureza para enfrentar situações de vida insolúveis e reveses do destino. Não nos admiremos, portanto, que seja tão difícil enfrentá-los. Como é penoso, por exemplo, conformar-nos com a morte de uma pessoa próxima! Como nos sentimos desamparados quando, de repente, precisamos enfrentar uma doença diagnosticada como incurável!
 
Nenhum meio nos foi colocado no berço para enfrentar a falta de sentido de um sofrimento assim. Nem nossas mãos, nem nossa inteligência poderão ajudar-nos. Nada pronto temos em mãos para eliminar eficazmente um sofrimento desse tipo.
 
Por outro lado, porém, sempre nos defrontamos com pessoas que, com grandeza impressionante, enfrentam um golpe do destino, um sofrimento penoso, ou até a própria morte. Possivelmente o leitor dirá que foi a fé que ajudou essas pessoas, fortalecendo-as para poderem suportar os reveses. As pessoas às quais se aplica este fato talvez já alcançaram a sabedoria máxima de sua vida. Praticamente nada podemos dizer-lhes aqui. E espera-se que a fé também lhes dê apoio nas horas difíceis de sua vida.
 
A vida de muitas pessoas demonstra que nunca estamos totalmente entregues a um destino. Apesar de seu caráter inevitável e imutável, sempre há possibilidade para agir, contanto que a pessoa não se apegue a uma exigência — aquela de querer reverter o imutável. Desta forma, desapareceriam todas as outras possibilidades, pois haveria como pré-requisito uma condição incapaz de ser satisfeita. Possivelmente, o maior perigo no caso de golpes do destino é o da pessoa (secundariamente) entregar-se a uma tristeza, decorrente de estar constantemente imaginando tudo que poderia ser mais bonito e melhor se o destino não tivesse... A vida não se resume em podermos sempre escolher as condições segundo nosso plano!
 
Às vezes o destino fecha-nos uma porta, mas deixa-nos uma janela aberta, como diz a sabedoria popular. É preciso, porém, não julgar-se tão superior a ponto de não usar a janela... Ao ser confrontado com o destino e a própria falta de liberdade para mudá-lo, o motivo do sofrimento não é tão importante, tornando-se algo secundário, pois está fora da minha influência. Porém, depende de mim, e exclusivamente de mim, como enfrento esse sofrimento e o objetivo pelo qual sofro. Que outro aspecto se revela nesta atitude a não ser a essência da minha própria pessoa! Como o sofrimento faz parte da esfera íntima do homem, não deve ser usado para demonstrar heroísmo. No sofrimento, o essencial é permanecermos nós mesmos!
 
Deve ter ficado claro como, através de atitudes diante do destino, podemos realizar um sentido até em situações difíceis da vida. A liberdade de assumir diferentes atitudes diante do destino: ou ceder-lhe tudo sem luta, ou tentar subtrair este ou aquele aspecto à sua influência. Neste caso, será que o homem não pode evoluir novamente, de uma maneira bem pessoal (mesmo que não seja percebido pelos outros)? Será que em sua atitude diante do inevitável não se expressaria a sua postura diante do valor de sua vida toda? Se assim for, e disso não tenho dúvidas, será que nestas horas da verdade não se mostra também aquele valor que basicamente sou? Aquele que representa a base da dignidade?