A VOZ DO PASTOR

23-11-2010 09:39

 Papa Bento XVI nos convida a contemplação da Palavra


A Santa Sé divulgou na última quinta-feira (11) a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Verbum Domini, fruto da 12ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus, realizada de 5 a 26 de outubro de 2008.  A Exortação foi assinada pelo papa Bento XVI no dia 30 de setembro deste ano, dia de São Jerônimo.

O novo documento, com 208 páginas, consta de três partes, além de uma introdução e uma conclusão. A primeira parte fala sobre a Palavra de Deus (Verbum Dei); a segunda discorre sobre a Palavra na Igreja (Verbum in Ecclesia) e a última trata da Palavra no mundo (Verbum mundo).

Segundo o prefeito da Congregação para os Bispos, cardeal Marc Ouellet, PSS, a exortação "retoma a mesma mensagem 45 anos depois" da constituição Dei Verbum, um dos principais documentos do Concílio Vaticano II, que aborda a relação entre as Escrituras e a Tradição.

Reflexão sobre a Bíblia e um convite à missão
O cardeal Ouellet afirmou que a Verbum Domini responde às necessidades da Igreja neste nascente terceiro milênio. De acordo com o clérigo, ainda que no século 20 tenha havido um renascer de consciência da necessidade da Palavra de Deus em temas como a reforma litúrgica, a catequese e os estudos bíblicos, "existe um déficit que deve ser suprido em relação à vida espiritual do povo de Deus", da qual deve se nutrir e inspirar, mantendo uma aproximação mais orante aos textos inspirados.

Em vários pontos da exortação apostólica, Bento XVI insiste em que o cristianismo "não é fruto de uma sabedoria humana ou de uma ideia genial", como destaca Oullet, e sim "de um encontro e de uma aliança com uma Pessoa que dá à existência humana sua orientação e forma decisivas".

A Verbum Domini "oferece, assim, a contemplação pessoal e eclesial da Palavra de Deus nas Sagradas Escrituras, na Divina Liturgia e na vida pessoal e comunitária dos fiéis", disse o prefeito da Congregação para os Bispos.

O cardeal se referiu também às quase 40 páginas nas quais Bento XVI destaca a necessidade de uma interpretação das Sagradas Escrituras complementada com uma leitura teológica e científica, além da consulta aos estudos dos especialistas, para que a leitura seja feita de acordo com o contexto.

Para concluir, Oullet lembrou que a meditação da Bíblia "expõe também a atividade missionária e a evangelização" e por isso "renova a consciência da Igreja de ser amada e sua missão de anunciar a Palavra de Deus com audácia e com confiança na força do Espírito Santo".